O jantar, de Herman Koch
Numa noite de verão em Amsterdã dois casais se encontram em um elegante restaurante, ao longo dos caros pratos vão mantendo a pose e conversando sobre trivialidades, como trabalho e férias. Conforme o jantar se estende o clima fica cada vez mais tenso e aos poucos o verdadeiro motivo do encontro aparece. Seus filhos cometeram um ato terrível, e a verdadeira função do jantar é resolver o que será feito, como eles protegerão aqueles que amam.
O jantar é um best-seller premiado e excelente, a leitura não é muito rápida, apesar de pequeno o livro todo praticamente relata o período do jantar, então tudo é descrito em ricos detalhes, como os nomes dos pratos, os ingredientes, quando foram colhidos e em que região. Então para algumas pessoas pode soar monótono, mas depois que você se prende a história, não consegue parar de ler porque quer descobrir o que os adolescentes fizeram de tão ruim e de que forma os pais vão lidar com o problema. Então apesar desse começo difícil para se prender a história recomendo o esforço, porque as banalidades do jantar assim como todos os detalhes são de fato importantes na construção das particularidades de cada personagem.
Herman Koch cria uma transição incrível no livro, transforma seus personagens que no início pareciam normais em verdadeiros monstros. O tempo todo eu tive que retornar minha leitura para ver se de fato tinha lido o que pensava, e muitas vezes parar analisando o que tinha acabado de ler. A minha reação ao final do livro foi de choque, porque o texto é repleto de crueldade e acompanhar pessoas lidando com isso de forma normal é assustador. O jantar deixa de certa forma o questionamento, até onde você iria pelas pessoas que você ama? O que você se tornaria? Ou melhor, o que você já é e está disposto a fazer?
Nota: 5/5
Isabela Ferreira Soares
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