Paris é uma Festa, de Ernest Hemingway
Ernest Hemingway é considerado um dos mais aclamados escritores norte-americanos, tendo recebido o Prêmio Pulitzer em 1953 e o Nobel de Literatura no ano seguinte. Apesar de haver conquistado tal reconhecimento, o romancista suicidou-se em 1961. Mas suas obras continuaram a cativar leitores, e, em 1964, sua esposa editou um dos úlrimos manuscritos deixados por ele, originando o livro póstumo intitulado “Paris é uma Festa”.
A última obra do escritor consiste em um romance autobiográfico, ao longo do qual ele revisita os anos de sua juventudr, em meados da década de 1920, relatando situações como a pobreza; o início de seu casamento com Headley; seu ingresso na paternidade; o abandono da carreira jornalística nos EUA e Canadá para tentar a vida como contista em meio à boemia parisiense; e seu círculo social marcado pela convivência com outros grandes nomes da literatura da chamada “Geração Perdida”, a exemplo de T.S. Eliot, Scott Fitzgerald e Ezra Pound.
O vocabulário empregado na narrativa é bastante convencional, tornando o livro um bom ponto de partida para adentrar o legado de Hemingway, já que o charme de “Paris é uma Festa” concentra-se na abundância de personagens icônicos, e não em uma linguagem prolixa.
O romance é atualmente mencionado em listas de indicação para francófilos ou para qualquer pessoa que deseje viajar pelo bairros históricos e encantadores de Paris sem sair do lugar. Assim, os principais atrativos dessa obra póstuma não estão em frases de efeito contidas em meio às páginas ou em algum fato deslumbrante no enredo, já que esse é muitas vezes banal, considerando que não passa de parte da rotina da vida de um homem que, deixando sua habilidade com palavras à parte, levou uma vida mediana nos aspectos materiais. Sua grandiosidade está na narração e caracterização da cidade – cujas descrições são tão envolventes que tornam uma visita à capital francesa um objeto de desejo para o leitor -, além da exposição das dificuldades enfrentadas no começo das carreiras literárias e de como a atmosfera da cidade luz parecia atrair todos os grandes gênios do período modernista, como James Joyce.
Minhas impressões sobre a obra:
Confesso que sou totalmente alucinada por tudo que leva um toque francêa em sua composição. Por isso, vivo em vusca de livros que me permitam passear mentalmente pelos boulevards e quartiers dessa cidade mundialmente admirada. Como consequência, “Paris é uma Festa” já habitava minha lista de leituras há um tempinho, mas sempre o evitava por receio da complexidade da escrita de E.H. Quando finalmente comecei a lê-lo, tive uma adorável surpresa ao constatar que esse era um romance para ser devorado, de tão leve e encantador, mas acima de tudo, por ser uma autêntica declaração de amor à sede da Torre Eiffel, do Arco do Triunfo e de vários outros queridinhos da civilização ocidental.
Rafaela Zimkovicz
Últimas Postagens de Rafaela Zimkovicz (Ver todas as publicações)
- “Big Magic: Creative Living Beyond Fear”, de Elizabeth Gilbert - 21 de abril de 2017
- Paris For One, de Jojo Moyes - 19 de fevereiro de 2017
- A Redoma de Vidro, de Sylvia Plath - 5 de fevereiro de 2017
Quer receber nossas atualizações por e-mail?
Nós podemos ajudá-lo a escolher sua próxima leitura.
Categoria: +Autor, Autobiografia, Romance Americano